O CAMINHO VELHO PARA AS MINAS

O CAMINHO VELHO PARA AS MINAS – Trajeto de Paraty a Ouro Preto.

O CAMINHO VELHO PARA AS MINAS

Artigo publicado na REVISTA NEZ ADVENTURE em agosto de 2001.


Para os viajantes do Caminho Velho para as Minas Gerais, é importante ressaltar que o Ciclo do Ouro no Brasil foi muito rápido, tendo sua ascensão e queda entre 1700 e 1750.

Apesar disso, não foi um ciclo relevante, observe o comentário de Roberto Simonsen: “Descobrira-se nas Gerais a maior massa aurífera já revelada ao homem desde a queda de Roma até o século XVIII”.

A brevidade se explica diante da facilidade da extração. A maior parte do ouro encontrava-se nos aluviões dos rios, com fácil acesso.

Os paulistas, diante da situação geográfica, da miscigenação com o gentio e da falta de produtos comerciáveis, foram os grandes responsáveis pelas descobertas.

Com a decadência das lavouras de açúcar (fim do século XVII), o bandeirismo apresador perdeu sua função, fato que possibilitou aos paulistas o retorno ao antigo sonho do colonizador: a conquista de pedras e metais preciosos.

Caminhando pelo imenso Sertão Brasileiro, as expedições tomavam direções difusas. Logo porém, descobriu-se uma área onde havia realmente abundância de ouro e esta refião estava no País dos Cataguás, mais precisamente nas proximidades do Rio das Velhas (Ouro Preto, Caeté, Sabará etc…).

Uma vez encontrado ouro, inicia-se uma grande migração para essa região. Em 1711, vinte mil pessoas já viviam na camada Vila Rica (atual Ouro Preto). Antonil relata: “…dizem que mais de trinta mil almas se ocupam umas em catar, outras em mandar catar nos ribeiros de ouro; e outras em negociar, vendendo e comprando o que se há de mister não só para a vida, mas para o regalo, mais que nos portos de mar…”

Portugal começou a sentir que o ouro se esvaía sem que ele recebesse seu Quinto Real e, em 1702, o Governador do Rio de Janeiro baixou o Regimento das Minas, obrigando que todas as mercadorias levadas ou trazidas para a região das Minas Gerais passassem pelo Rio de Janeiro e consequentemente, através do então chamado “Caminho da Serra”. 

Com o grande volume de pessoas trabalhando nas minas e o estabelecimento de um caminho oficial, surgiu o que se pode chamar de um caminho típico. “O Caminho Velho para as Minas dos Cataguás”, ligando Rio de Janeiro a Ouro Preto, passou a ser o verdadeiro “Caminho do Ouro”, já que era uma via explorada naturalmente e não sob encomenda, como foi o Caminho Novo (pela Serra dos Órgãos).

O primeiro caminho manteve assim sua primazia durante a maior parte do ciclo do ouro, permanecendo pouco alterado até os dias de hoje.


Desde que terminei minha volta ao mundo em bicicleta, sonhava em divulgar o cicloturismo no Brasil. Minha ideia sempre foi mapear roteiros históricos brasileiros para que as pessoas pudessem percorrê-los em bicicleta, assim como fiz no Caminho de Santiago (Espanha), no Caminho da Seda (Índia), na Rota 66 (EUA) ou no Touern Path (Áustria).

Era Natal, meu aniversário. Meu sonho começou a se transformar em realidade quando estacionei meu trailer em Paraty e comecei a pedalar pela região em busca dos caminhos antigos.

A história estava nas minhas mãos, através de mais de uma dezena de livros, porém havia muito para pesquisar sobre as condições atuais do velho caminho…


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