O QUE É AVENTURA? Reflexões sobre uma viagem de bicicleta pela Serra do Espinhaço

Muitas questões surgem quando nos propomos a viver experiências além daquelas que conhecemos. Medos, desejos, pré-conceitos, sentimentos que brotam e que, de certa forma, revelam nossa forma de ver o mundo.

Para lançar-se ao desconhecido é preciso coragem. Mas para viver essas experiências de forma plena, é preciso desprendimento, não só dos bens materiais que nos envolvem no dia a dia mas, principalmente, da nossa forma de ver o mundo.

bicicleta na chapada diamantina
Arte nas ruas de Lençóis/BA, na Chapada Diamantina

“O mundo muda conforme mudamos nossa forma de ver o mundo”

Gostamos deste axioma que, de forma crítica, relativiza “verdades” sobre o mundo e também sobre nós mesmos.

Desde 2007, nossa proposta é a de criar uma rede de caminhos interessantes para viajar de bicicleta no Brasil. Em nosso último mapeamento para a elaboração do Guia de Cicloturismo Serra do Espinhaço, tivemos que aguçar nossos sentidos para compreender e viver toda a beleza de uma região que ainda preserva sua cultura e natureza, exótica para nós.

o que é aventura? Uma viagem de bicicleta na serra do espinhaço
Cachoeira do Crioulo – PE Rio Preto/MG

Quando começamos a nos aproximar das montanhas de Diamantina/MG, nos sentimos cada vez mais atraídos por suas formas únicas: áridas e espinhosas, as características visuais destas montanhas se mostram muito diferentes das da Mantiqueira e da Serra do Mar, por exemplo.

A decisão de seguir rumo norte por esta verdadeira “espinha dorsal”, que corta o interior de nosso país, nos trouxe o sentimento de aventura, de estarmos desbravando um universo que, em última análise, já fazia parte de nosso imaginário e de nossa identidade como brasileiros.

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Final de dia no caminho entre Botumirim e Cristária/MG

Mas, o que seria aventura afinal? Se fizermos essa pergunta, cada pessoa terá uma resposta diferente: desafio, superação, risco, enfrentar perigos…

O termo “aventura” tem origem do latim, “ad venture”, ou seja, o que está por vir. A definição que mais gostamos é a que liga a aventura a atitudes novas, novos caminhos, algo que nos faça dar um passo adiante na linha de nossa “zona de conforto”.

Em nossos trabalhos de mapeamento na Serra do Espinhaço, encontramos as principais características que nos atraem em uma aventura de bicicleta: lugares pouco visitados, tranquilos, que nos façam sentir livres.

E como a maior parte dos cicloturistas já percebeu, a grande viagem não está exatamente no destino, mas sim no próprio caminho. Conviver com as pessoas simples destes interiores tão longínquos e aprender sobre seu modo de vida, sua cultura e tradições sempre é a parte mais gratificante da viagem.

o que é aventura? Uma viagem de bicicleta na serra do espinhaço
Paisagem do semi árido, com a Serra do Espinhaço ao fundo

A desolação dos ambientes nos leva à introspecção e ao autoconhecimento. O desgaste físico e o calor nos fazem pensar nas razões que nos levaram a escolher viver tudo aquilo que envolve uma viagem de bicicleta como essa.

A beleza exótica da paisagem e o carinho que recebemos deste povo tão sofrido pelas duras condições do semiárido, realmente mudaram preconceitos e paradigmas que tínhamos sobre a região, realmente mudaram nossa forma de ver o mundo, e também de nos vermos no mundo.

Com um histórico de guias que passam desde o Rio Grande do Sul até o Nordeste brasileiro, podemos dizer que aprendemos muito com esta última viagem e cada quilômetro percorrido nos fez ainda mais apaixonados pela beleza e pluralidade das pessoas e culturas existentes em nosso grande país.

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Ivonete, Ivanilde e Sebastião, linda família que nos forneceu água no caminho entre Bocaina e Serranópolis de Minas/MG

Alguns números do guia

1.232,12km de caminhos planilhados entre 24 municípios de 2 estados, em 2 regiões do Brasil (Sudeste e Nordeste) | (228,21km em pavimento e 1.003,91km em terra)

Trajeto mais curto entre Diamantina/MG e Mucugê/BA: 999,11km | (159,71km em pavimento e 839,40km em terra) ascendência acumulada: 17.444m / descendentes acumuladas: 17.277m (sentido Sul/Norte)

Volta no Parque Nacional da Chapada Diamantina: 203,14km com 3.110m de altimetria | (74,53km em pavimento e 128,61km em terra)

Trajeto mais longo, incluindo visita às cachoeiras, parques e a volta no Parque Nacional da Chapada Diamantina: cerca de 1.280km com mais de 22.300m de ascendência acumulada

1ª edição: 224 páginas, 56 mapas, 55 gráficos de perfil altimétrico e 81 planilhas


Mapa do trajeto:
mapa dos trajetos do guia de cicloturismo serra do espinhaço

Como na maior parte de nossos guias, o cicloturista poderá escolher os pontos de início e final, criando seu próprio circuito, fazendo as paradas nos locais que julgar mais interessantes.

Além do trajeto direto entre Diamantina e o Parque Nacional da Chapada Diamantina (999,11km), o guia oferece como um bônus um circuito que faz a volta no Parque Nacional, com 203,14km de extensão. Sendo assim o cicloturista poderá montar um circuito de uma semana ou viajar por um mês inteiro, perfazendo todos os caminhos do guia.


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Assista ao documentário gravado durante o mapeamento:


Assista também ao vídeo onde comentamos sobre nosso conceito de AVENTURA:


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