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Em todos os nossos Guias para Cicloturismo e Caminhada você encontrará um capítulo completo com dicas para se preparar para sua viagem. Transcrevemos algumas delas aqui:
Em qualquer país do mundo, é quase impossível encontrar uma bicicleta totalmente preparada para fazer uma viagem sem que precisemos acrescentar este ou aquele detalhe. Aqui vão relacionados alguns dos principais acessórios necessários:
SEGURANÇA: Particularmente acredito que o maior fator de segurança não está nos equipamentos e sim, na atenção e observação ao pedalar sem pressa ou qualquer tipo de estresse. Refletivos nos pedais, na frente, atrás e dos lados da bicicleta, são equipamentos obrigatórios. Assim como campainha e o espelho retrovisor do lado esquerdo. Não obrigatórios mas importantíssimos são as luvas e o capacete adequadamente comprado e posicionado. Mesmo que não pretenda viajar de noite sempre leve sinalizadores luminosos.
CICLOCOMPUTADOR: O odômetro é muito importante pois informa a quilometragem rodada, não para comparar com a de alguém, mas para ter a idéia do próprio desenvolvimento e qual é capacidade diária de pedalar a fim de que possa planejar melhor a viagem.
SELIM (banco): Os selins originais geralmente não são adequados para pedalar longas distâncias, ainda que em fase de treinamento. Há selins de vários tamanhos e modelos, com gel, com molas ou amortecedores, em couro, de titânio, e assim por diante. Uma pessoa só poderá reconhecer o melhor, no momento em que o experimentar, entretanto há alguns princípios que devem ser considerados na escolha:
- Superfície de contato: Apesar de parecer mais confortável, quanto maior o selim, maior sua superfície de contato, diminuindo a ventilação e aumentando a região a ser atingida pela abrasão.
- Excessivo movimento: As molas, amortecedores ou mesmo uma camada de gel excessiva podem causar um movimento extra que aumenta a abrasão.
Minha preferência é por um selim de tamanho médio a pequeno, com gel e sem molas ou amortecedores. Por outro lado os adeptos dos selins de couro advogam que o couro, apesar de extremamente duro, amolda-se perfeitamente à anatomia e depois de algum tempo passa a ser muito confortável. Como disse, cada um tem sua preferência. Escolha o seu…
BAGAGEIROS: Mesmo que o cicloturista opte em hospedar-se em pousadas ou hotéis, não há como evitar a carga (somente no caso de haver carro de apoio). A melhor técnica de viagens em bicicletas diz que o cicloturista não deve levar nada em seu corpo, pois, além de aumentar a sudação, o calor e o desconforto, aumenta também o peso do corpo contra o selim prejudicando ainda mais esta região tão sofrida. Sendo assim, o melhor é atar todo o equipamento na própria bicicleta. Para isto, o mais simples é instalar um bagageiro sobre a roda traseira. Conforme a necessidade, pode-se utilizar bagageiro sobre a roda dianteira ou atado ao guidão.
Como princípio devemos buscar um bagageiro que, após instalado, deixe a bagagem mais próxima do solo e do centro de gravidade da bike, ou seja: o mais perto possível do eixo central (dos pedais). Os bagageiros feitos com finos tubos de aço são melhores que os maciços por serem mais firmes, fortes e leves; ganham dos de alumínio pois podem ser facilmente soldados (ambos difíceis de se encontrar no Brasil). Evite bagageiros de alumínio rebitados pois; com o tempo, começam a vibrar e fazer barulho (neste caso o único jeito é tirar o rebite e colocar parafuso).
TRAILERS: Aos colegas que gostam de utilizar algum tipo de carro atado à bicicleta para levar mais equipamento eu peço desculpas, mas sou totalmente contra. Mesmo que após o arranque inicial o peso do arrasto seja mais suave, sempre na subida o conjunto aumentará o peso total. Realmente não vale a pena, nem em roteiros planos, pois sempre teremos o trailer como um outro volume para carregar. A melhor utilidade do trailer é para carregar crianças pequenas em longas distâncias.
ALFORJES: Bolsas idênticas que ficam instaladas nos dois lados da bicicleta. É a melhor forma de carregar equipamento, pois distribui melhor o peso na parte baixa da bicicleta. Entretanto, no começo, se tiver pouco equipamento, poderá levá-lo atado no alto do bagageiro. Caso seu alforje não seja impermeável, sacos plásticos podem ajudar, ou então utilize uma capa de chuva externa. Para fazer a volta ao mundo utilizei alforjes traseiros e dianteiros. Hoje em dia consegui minimizar meu equipamento e por maior que seja a aventura só utilizo o alforje traseiro.
BOLSA DE GUIDÃO: É um dos equipamentos mais característicos do cicloturista que já está sendo fabricado com sucesso no Brasil. É muito útil pelos seguintes fatores:
- Não choca com nenhuma parte rígida da bicicleta. Ideal para carregar equipamentos delicados como as máquinas fotográficas.
- Dá suporte para o mapa que fica sempre à vista;
- Geralmente é destacável da bicicleta, mais prático para carregar documentos e dinheiro.
CARAMANHOLAS (garrafinha de água para bicicleta): O cicloturista sempre vai precisar de muita água; suportes e caramanholas extras são sempre bem-vindas. Na escolha do quadro estude as possibilidades de instalação de suportes. Carregar água às costas (Camel Back) aquece as costas, a água e aumenta o peso do ciclista em contato com o selim. Apesar de ser largamente utilizada pelos trilheiros é tecnicamente prejudicial para o cicloturista.
VISOR DE MAPA: é um equipamento raro em nosso país, serve para proteger o mapa de orientação mantendo-o sempre à vista. Geralmente vem junto com a bolsa de guidão. Podemos improvisar um, com uma bolsa plástica autovedante, daquelas feitas para acondicionar alimentos no freezer. Com um ilhós pode-se fixá-la ao guidão ou em volta do pescoço.
MESA: É a parte da bicicleta que ata o guidão ao quadro. Busque uma mesa alta ou pelo menos que seja regulável, assim poderá aumentar a altura do guidão. Apesar de prejudicar um pouco a aerodinâmica, melhora muito o conforto e a apreciação da paisagem.
FERRAMENTAS E PEÇAS SOBRESSALENTES: É muito importante aprender a realizar algumas manutenções na bicicleta. Enquanto estiver treinando em casa, você já pode observar quais são as ferramentas necessárias para concluir com êxito esta ou aquela manutenção. Cada bicicleta utiliza seus próprios padrões sendo difícil criar um kit universal, mas aqui vão algumas dicas de ferramentas indispensáveis:
- Alicate;
- Chave de fenda;
- Chave “alen” conforme o padrão da bicicleta;
- Chaves de boca conforme o padrão da bicicleta;
- Sacador de corrente;
- Espátula de pneu;
- Bomba de ar;
- Remendo e cola a frio para câmara-de-ar;
- Chave de raio (desde que saiba utilizar).
Dentre as peças sobressalentes destaco as seguintes (partindo-se do pressuposto de que tudo na bicicleta está em ótimas condições):
- Câmara-de-ar (é muito difícil estourar um pneu de boa qualidade sendo dispensável carregar um pneu reserva, mas a câmara-de-ar é um assunto mais delicado. Por exemplo: podemos ter pressa em seguir viagem optando pela substituição da câmara ao invés do conserto);
- Cabos de freio e câmbio;
- Um par de sapatas (no caso de freios V-break é aconselhável carregar dois pares – um, para o dianteiro, e outro, para o traseiro – pois têm durabilidade muito pequena);
- Raios (se souber como trocar).
Para sair em uma viagem de bicicleta seria importante aprender a fazer os seguintes trabalhos de manutenção:
- Troca de pneu e remendo da câmara de ar;
- Troca e regulagem dos cabos de câmbio e freio;
- Troca e regulagem das sapatas de freio;
- Troca de raio e centragem do aro;
- Troca e regulagem da corrente.
Excetuando os casos em que temos que desmontar a bicicleta para colocar no ônibus ou no avião, estas são as manutenções mais comuns. Se souber realizá-las, estará bastante seguro.
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